Entrevista com Bruno Peixoto, autor de "O livro dos pequenos mistérios"
Na
próxima sexta, dia 21 de dezembro, às 20h - se o mundo não acabar - o
ator campista e irmão deste blogueiro, Bruno Peixoto lança O LIVRO DOS PEQUENOS
MISTÉRIOS, aqui na terrinha. Trata-se de um livro de contos escrito em
narrativa que remete ao realismo mágico, gênero literário de forte
tradição latino-americana.
O
lançamento em Campos dos Goytacazes será em um espaço cultural que
abriu suas portas há pouco tempo, o ESTAR MIX, que fica localizado na
rua Salvador Correa 117, pertinho da Beneficência Portuguesa.
Bruno
Peixoto saiu de Campos aos 17 anos para cursar Veterinária, mas aos
poucos sua veia artística falou mais alto. Como já foi dito, ele é
ator, assim como a mãe Alcione e o irmão Léo Peixoto - falecido há 11
anos-, dramaturgo, iluminador, diretor e professor de teatro. Tem
carreira teatral consolidada em 15 anos de intenso trabalho com grupos
e artistas de Belo Horizonte, Cabo Frio e Rio de Janeiro.
Bati um papo rápido com ele para que nos falasse um pouco mais
sobre este momento. tão especial em sua vida. E, como irmão coruja e amante das letras, convido aos amigos moradores de Campos para esta noite especial.
Como é lançar seu primeiro livro na cidade natal?
- Tem um
sabor especial. Há a expectativa de reencontrar amigos do Liceu e
pessoas que me conheceram ainda criança. Saí daqui muito jovem e a
maioria dos conhecidos daqui não sabe que tipo de artista eu me tornei.
Agora saberão um pouco.
Sobre o que fala o livro?
- É um
livro de contos com uma temática comum presente em todas as histórias.
São os “pequenos mistérios” que o título fala. Para construir as
narrativas eu namorei com o realismo mágico, que é um gênero literário
muito forte na América Latina e que sempre amei ler. Fui muito
influenciado também pelo Eduardo Galeano e pelo Mia Couto. Dois
escritores altamente poéticos. Eles me “estimularam” a não temer
escrever uma prosa altamente poética.
Você é ator, iluminador e professor de teatro. Como foi a experiência dessa mudança de ares do palco para a escrita?
- Foi
muito natural. Fazer teatro é a arte de contar histórias. Escrever
contos também. No fundo sou apenas um simples contador de histórias.
Mas procurei respeitar cada formato. Há histórias que foram feitas para
serem contadas no palco. É só pegar Shakespeare. Se você ler sozinho no
quarto pode achar chato. Se fizer uma simples roda de leitura com um
grupo de atores a história cresce e te arrebata. Quando escrevia o
livro procurei alimentá-lo de forte carga literária. Mas o teatro
sempre esteve presente. Tenho viajado com muitos trabalhos teatrais nos
últimos anos e o livro foi literalmente escrito na estrada. Também
ensino teatro para crianças e jovens. Fui observando ao longo dos anos
o que cativa uma criança quando contamos uma história. Essa experiência
também está no livro, apesar de serem contos para o público jovem e
adulto. Mas a criança tem a qualidade de acreditar quando uma história
é bem contada. Os adultos perderam esse “músculo” invisível que faz uma
criança acreditar no imaginário. E isso faz falta. Lidar com o
imaginário pode ser uma experiência enriquecedora para qualquer idade.
Escrevi o livro para esse jovem, esse adulto que só vê e vive essa
“vida real”. Por que essa “vida real” não basta para sermos plenos.
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