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Mostrando postagens de junho, 2010

Intensa- Ana Jácomo

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Sou dessa leva de gente que tem como sina ver demais. Sentir demais. Amar quase do tamanho do amor. Traço de nascença, uma estranha dádiva que, durante temporadas, pra facilitar a própria vida, egoísmo que seja, a gente tenta disfarçar de tudo que é maneira que aprende. Mas não tem jeito, nunca terá, nascer assim é irremediável, o que é preciso é desaprender o medo.

Última página- Flora Figueiredo

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Mais uma vez o tempo me assusta. Passa afobado pelo meu dia, atropela minha hora, despreza minha agenda. Corre prepotente a disputar lugar com a ventania. O tempo envelhece e não se emenda. Deveria haver algum decreto que obrigasse o tempo a desacelerar e a respeitar meu projeto. Só assim, eu daria contados livros que vão se empilhando, das melodias que estão me aguardando, das saudades que venho sentindo, das verdades que eu ando mentindo, das promessas que venho esquecendo, dos impulsos que sigo contendo, dos prazeres que chegam partindo, dos receios que partem, voltando. Agora, que redijo a página final, percebo o tanto de caminho percorrido ao impulso da hora que vai me acelerando. Apesar do tempo e sua pressa desleal, agradeço a Deus por ter vivido, amanhecer e continuar teimando.

Insista- Carpinejar

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Sempre insista. Fale mais do que seja possível pensar. Insista. Temos que ter a capacidade de superar as resistências. Toda primeira conversa enfrentará uma série de inconvenientes. Mas insista. Não recue com a gafe, com o estardalhaço, com a vergonha. Siga adiante. Comece a rir sozinha. Rir é receber a pergunta: o que você está rindo? Rir é ser perguntado. Não há motivo para rir, rir é se abraçar. Minha risada é meu gemido público. Acordar me deixa excitado. Talvez aquela amiga não queira namorá-lo para não estragar a amizade. Portanto, diga: quero hoje estragar nossa amizade. Estragar de jeito. Arruinar nossa amizade. Corromper nossa amizade. Estrague fundo, o amor pode estar recolhido nela. Mas não aceite tão rápido o que ela não acredita. É disfarce, vivemos disfarçados de normalzinho, de ponderado, de retraído, porque a verdade quando surge faz atitudes impensadas, como comer algodão-doce nesta terça-feira diante de uma escola de normalistas. Que saudades de acenar para uma freira

Saudade- Martha Medeiros

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Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche." Martha Medeiros

Fim de semana Djavan

Mais Saramago

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"As palavras proferidas pelo coração não têm língua que as articule. Retém-nas um nó na garganta e só nos olhos é que se pode ler."

Atos e consequências-José Saramago

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Se podes olhar vê, se podes ver, repara.… se antes de cada ato nosso, nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar." in Ensaio sobre a cegueira.

Fim de semana Djavan

Sem palavras- Balzac

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"As mulheres têm um inimitável talento para exprimir seus sentimentos sem empregar palavras demasiado vivas; sua eloqüência está sobretudo no acento, no gesto, na atitude e nos olhares." em "Mulher de trinta anos"

Fim de semana com Djavan é bem melhor..

E se você estiver no Rio...

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Meu irmãozinho no palco arrebentando como sempre!!! Puta orgulho desse cara!!! LOCAL: CENTRO CULTURAL LAURINDA SANTOS LOBO Rua Monte Alegre 306, Santa Teresa. HOJE ÀS 8 DA NOITE. ENTRADA GRATUITA SINOPSE:Em uma metrópole, um mendigo acompanhado por um fiel escudeiro, entra em esado de surto e delírio, interagindo com a realidade a sua volta e refletindo a própria miséria e abandono através das falas dos principais personagens da obra de William Shakespeare. AS JORNADAS DE UM GRUPO A Trilogia - Jornadas pretende discutir a função social do trágico e do lúdico enquanto características formadoras do teatro ocidental, como eles sobrevivem, se inserem, se modernizam em uma sociedade fortemente globalizada, onde os valores regionais e específicos de cada cultura são diluídos e abafados a cada dia. Utiliza o teatro como instrumento consciente de reflexão e perpetuação de nossa cultura, tanto como brasileiros quanto como latino-americanos e seres humanos inseridos em um contexto social politiz

É só me pedir- Caio Fernando Abreu

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"Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou... Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar..."

Boas lembranças

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Tenho ótimas recordações deste feriado de hoje, o Corpus Christi. No período em que morei em Cabo Frio, de 1980 a 1989, como todo estudante daquela época, ia para a Praça Porto Rocha participar da grande festa religiosa que acontece por lá neste dia, e colaborar com a feitura dos tradicionais tapetes de sal. Curiosamente, as lembranças que me vem à mente agora, é que neste dia o tempo estava sempre nublado ou chuvoso. Então a expectativa aumentava, pois temíamos que nosso trabalho fosse literalmente por água abaixo. Mas nunca aconteceu. Como não sou católico, não participava da procissão ao fim do dia, mas o bom mesmo era a farra. A tensão da guerra de tintas. Passear ao redor da praça e paquerar meninas dos outros colégios. Estudava no Colégio Estadual Miguel Couto, durante boa parte do período mencionado, e ainda nos era "oferecido" alguns pontinhos em matérias como Moral e Cívica, OSPB (ainda existem Moral e Cívica e OSPB??) e Religião. Como abrir mão disso???????? Hoje es

Conversinhas- Walnize Carvalho

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No teatro da Vida procure ocupar papéis alternados. Ora “palco”, ora “platéia” e outras vezes “bastidores”. Revezando funções dá para se ver o “espetáculo” de vários ângulos e matizes. Aprenda com o “eclipse”. Um astro deixa de ser visível no todo ou em parte mas nem por isso – sol e lua – deixam de dar um “show” no céu. • Fale... Olhe. E principalmente escute. Estamos tão carentes de ouvintes!.. • Ouça o papo de um idoso por mais repetitiva que possa ser a sua história. • Se permita chorar em público, a se olhar no espelhinho dos carros estacionados nas ruas, a perguntar como a máquina do banco funciona, a cantarolar empurrando carrinho no supermercado sem se preocupar de estar pagando “mico”. • Saiba distinguir até que ponto você é “bom” ou é apenas “útil” para alguém. • Cuide para que o seu corpo, não tenha ossos enfraquecidos como seu espírito não sofre de “osteoporose”. • Aprenda a se fazer companhia. Solidão nem sempre é isolamento. • Procure ter pares no seu dia-a-dia. Ter par n