Antes de amar-te

"Antes de amar-te, amor,
nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono. "

Pablo Neruda

Comentários

Márcia Mattos disse…
Que lindo, Neto!!!!!
Provisano disse…
Há quanto tempo não lia Neruda...quanto tempo.

Valeu Neto!
Anônimo disse…
...PUXA...

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