Gabeira
"Se eu tivesse que comparar o Gabeira a qualquer “ser” ou personagem teatral da História dramatúrgica, sinceramente? Não conseguiria. Não existem paralelos. Esse homem é um ser iluminado, em todos os sentidos. Já foi taxado disso edaquilo pela direita, pela esquerda, por cima, por baixo, já foi chamadode viado, de cachorro, de tudo: no entanto está de pé, assim como a cultura cigana.“Bury me Standing” de Isabel Fonseca, escritora Americana, (acho que ainda) casada com o autor inglês Martin Amis… enfim, “Bury mestanding”vem de me enterrem de pé!, um velho comando, ou dizer, ou expressão usada pelos nômades que, de tempos em tempos, sofrem um holocaustozinho em diversos paises.Pela lógica, Fernando Gabeira jamais poderia estar onde está agora, ous eja, vencendo e glorioso. Já o odiaram por ter voltado do exílio usando uma sunga mínima (um insulto pra esquerda), já o insultaram por querer se“intrometer” a defender causas que não lhe diziam respeito, como os negros e os homosexuais. Talvez, seguindo essa mesma lógica, talvez o Gabeira seja a única e REAL ponte que cubra esse “canyon” ridículo que ainda insiste em dividir pessoas entre direita e esquerda. Gabeira parece aquele que já atravessou o Checkpoint Charlie da (ex) Alemanha Oriental para a Ocidental com um sorriso na cara como se quizesse dizer: GENTE IMBECIL! Criando MUROS! Criando MURALHAS! Criando barreiras! O Gabeira que eu conheço pessoalmente há… há (ufa! 30 e poucos anos) sempre foi um LIBERTADOR!.Mas vejam só que engraçado: certa vez, como correspondente da Folha em Berlim, ainda casado com a Yame, Gabeira vem para cobrir uma ópera que eu estava dirigindo em Stuttgart (Perseo e Andrômeda – John Neshling fez a crítica para o mesmo jornal – 1990). Pegou o trem, era inverno, tudo atrasou, chegou afobado… pediu uma tomada para plugar o computador.Naquela época não era internet ainda. Mandava-se matéria para uma central,sei lá como…Mandou a coluna. Jantamos. Pegou o trem de volta para Berlim. Anos antes disso: nos encontrávamos com muitíssima freqüência num restaurante macrobiótico no Leblon. Mastigávamos e mastigávamos e mastigávamos… Ruminávamos e ficávamos nos perguntando por que diabos um restaurante macro (um sobrado) ficava justamente em cima de um açougue!!!!!Anos antes disso: Gabeira no exílio e eu sentado em Londres na sede da Amnesty International. Ele já não querendo muito contato com o“Que éIsso, Companheiro?”E assim que o filme foi lançado, nos cruzávamos e, ambos de bico calado. A Nanda fez o filme, acompanhei de perto a tragédia filmada de um livro tão legal.Fui em sua casa certa vez na Lagoa. Depois se mudou pro Bairro Peixoto, gravei uma entrevista. E tivemos um ÓTIMO debate sobre terrorismo,log oassim que voltei de NY após os ataques de 11 de setembro.O Rio não pode AFFORD NOT TO, não pode se dar ao LUXO DE NÃO TER o Gabeira, sendo o Rio o que ele é.E por quê? Porque um é a cara do outro! Se você tenta pegar o Gabeira com ecologia ele te devolve algo sobre supercondutores. Se você quer falar sobre política ele te responderá alguma coisa na linha da cultura ecléticados pós-semiólogos egípcios. Se você colocá-lo na mira em relaçãoa qualquer assunto ele te devolve dez sobre os quais você simplesmente nada sabe ou sabe pouco.E essa é justamente a natureza do carioca: a do samba, a do segundo surdo que entrecorta o samba e cria aquele falso desequilíbrio que faz com que aavenida inteira se sinta na ponta do pé e dance a noite inteira e rebole sem saber como está rebolando.Ah… você está pensando… Farra? Não senhor! Essa é justamente aARTE do equilíbrio de um EXIMIO político com vivência INTERNACIONAL pronto para enfrentar uma cidade aos pedaços, mas, nem por isso, menos cosmopolita..E se você pedir um simples abraço ao Fernando, ele vai abraçar a Lagoa inteira!!!!Gabeira, LOVE as always, Gerald!"
Meu muito obrigado à Lia Teixeira por nos mandar este texto do diretor de teatro Gerald Thomas que está circulando pela internet.
Meu muito obrigado à Lia Teixeira por nos mandar este texto do diretor de teatro Gerald Thomas que está circulando pela internet.
Comentários
Para o segundo turno dessas eleições, que também acontece em Belo Horizonte, farei o que fiz no primeiro que é o voto nulo porque penso estarmos num Brasil com seu processo eleitoral destruído, intoxicado, viciado, falido e ainda orbigatório.
Cadinho RoCo
Tudo bem, também acho Gabeira o melhor pro Rio, mas...
Gerald Thomas?
Isso tira voto!!!
Enquanto isso não ocorre, vou de Arnaldo, somente para impedir o retorno de Coronel Bolinha e sua turma.
Gde. abraço
quando vi que o texto é do Gerald confesso que pensei algo parecido. O cara é um "mala"...rsrs
Mas pelo menos sabe o que é melhor para o Rio!!!!!
Abração e mais uma vez obrigado pela visita!!!!
Tb faço parte da onda verde!!!!
O RIO DE GABEIRA...GABEIRA...GABEIRA!!!!
mas domingo daremos a resposta nas urnas.
Com Paz!! E não Paes....